28 de fev. de 2011

Os comerciais, as propagandas...




Minha filha de 10 anos está aprendendo na escola sobre publicidade, marketing, propaganda e afins. Está entusiasmada analisando os comerciais e explicando, por exemplo, porque determinado símbolo é colocado à direita e como isso interfere na maneira como recebemos as informações.

Acho tão importante ela estar aprendendo sobre estas coisas que nos influenciam tanto. Apenas ligamos a telinha, abrimos um jornal ou revista e somos alvejados por tamanha quantidade de informações e tentações que precisamos realmente estar preparados. Aqui em casa, ainda não pediram para ir ao banheiro na casa do Pedrinho, mas repetem algumas frases sem piscar!

Particularmente sou fascinada por comerciais, adoro aquele em que um pai troca a fralda do filho enquanto discute a banda larga da Claro; a Tridente que fala do aumento da população mundial com muito bom humor, falando de mais mulheres bonitas, mais musica boa; a querida Suzana que ganhou o mundo sem precisar sair da barra da calça do pai super protetor apenas por se transformar em uma “net”, entre outros tantos.

Tem o fantástico comercial da Fiat, sobre o novo Uno em que precisei da ajuda do meu filho para entender que reproduzia o vídeo game Rock Band! Aliás, os comerciais de carro tem dominado a maioria dos horários, alguns utilizando lindas músicas, até mesmo eruditas, talvez tentando chamar a atenção de um público mais refinado, mas que deixam os comerciais adoráveis.

Mas o que me surpreendeu foi que neste carnaval não temos tantos comerciais de cerveja como em anos anteriores, com aquelas músicas chicletes que grudam principalmente nas crianças. Alguns anos atrás surpreendi meu filho com uma tampinha da Skol no estojo e pedi como ele tinha aquilo. Ele respondeu que vários colegas da escola tinham porque adoravam a música!

Por isso fiquei tão feliz ao ver tudo isso sendo debatido em sala de aula, pois acredito que quanto mais preparadas, melhor nossas crianças receberão tantas informações.

23 de fev. de 2011

Noções - Cecilia Meireles

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Noções


Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.

Virei-me sobre a minha própria experiência, e contemplei-a.
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...

15 de fev. de 2011

Haruo Ohara



Comecei a curtir fotografia, por influência direta da minha querida amiga Rachel que desde o tempo de cursinho pré-vestibular já saía com sua câmera fazendo registros e me levando junto. Depois também veio o próprio prazer em fotografar amigos, espaços, edificações, claro, nada profissional!

Haruo Ohara era imigrante, chegou no Brasil em 1927 e trabalhou nas lavouras de SP juntamente com pais e irmãos. Em 1933 vai para Londrina, trabalhar com as lavouras de café e ajuda na colonização da área. Casou em 1934 e teve nove filhos.

Fiquei fascinada com o trabalho de Haruo Ohara, com sua sensibilidade para registrar momentos cotidianos que sua família viveu no interior de Londrina, entre os anos quarenta e setenta.

O trabalho nas plantações de café, as reuniões familiares, a maravilhosa paisagem, e o fantástico pôr-do sol de Londrina estão registrados em seu trabalho, mostrando o imigrante asiático perfeitamente ajustados aos novos cenários.

Atualmente suas obras estão aos cuidados do Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, que se dedica à conservação da memória fotográfica brasileira.

A exposição no MON vai até 27 de março e está na Torre da Fotografia.

Vale muito!

Ps: esta é minha preferida!!!Enxada no ar, 1948, Chácara Arara


11 de fev. de 2011

A mente

"O local de descanso da mente é o coração. A única coisa que a mente escuta o dia inteiro são sinos dobrando, barulho e discussão e tudo o que ela quer é tranquilidade.
O único lugar em que a mente vai encontrar paz é dentro do silêncio do coração. E é para lá que você tem de ir."
Monge ara Liz Gilbert, do Livro Comer, Rezar e Amar

8 de fev. de 2011

Volta às Aulas

Volta às aulas

Hoje as crianças começaram um novo ano letivo, cheio de expectativas, escola nova, professores diferentes e mudança de métodos.

Nesses momentos percebo o quanto meus filhotes ainda precisam de um colo. A ansiedade de um impede a chegada do sono, o outro não se alimenta direito. Tudo é expectativa!

Nós pais que já percorremos este caminho, agora nos encarregamos de listas e listas de materiais, com itens que muitas vezes nem fazemos idéia do que se trata, procuramos a mochila com a melhor roda, o estojo com muitas divisões, o caderno do personagem do momento. Sempre fico na expectativa: será que acertei tudo?

E conforme passam os anos, também passam os modismos e ficamos perdidos. Ontem na reunião ao ouvir a lei máxima ”Só tênis será permitido!”, uma mãe levanta a mão e pergunta: - All Star é tênis? – Sim mãe!

Eu do meu canto respiro aliviada por ter a resposta da pergunta que fui incumbida de fazer e estava resistente diante das inúmeras discussões travadas em casa sobre o tema.

Presenciei um irmão adolescente, deixando um pré-adolescente na porta da sala e depois de uma afetuosa despedida o mas velho disse:- ‘Um bom ano pra você cara!”.

Achei lindo! Então meus queridos, é isso, desejo um ótimo ano letivo, cheio de aventuras, amizades e aprendizado!

4 de fev. de 2011

Dei um susto no meu vizinho!


Dei um susto no meu vizinho!

Fui criada em uma rua em que as pessoas se conheciam, se diziam “Bom dia!”, “Boa Tarde!”, um aceno de mão quando passavam.

A cordialidade se fazia presente de uma maneira tão natural que nunca tinha percebido o quanto isso era importante para mim ou o quanto a ausência disso me faria falta.

Obviamente que esta rua não fica em Curitiba, onde estou residindo atualmente. Acontece que agora só tenho um vizinho próximo de um lado da minha casa, pois dos outros tenho ruas movimentadas que nos distanciam. Claro que ali também existem casas, para as quais abano eventualmente, tendo como resposta um olhar espantado de quem deve estar pensando sobre quem será está maluca.

Então, hoje resolvi me apresentar a este vizinho próximo...levei uma florzinha com um cartão e o meu telefone, colocando-me ao seu dispor. Até agora não consigo esquecer o olhar de espanto do senhor que me atendeu. Fico imaginando o que não passava pela cabeça dele, enquanto tentava disfarçar me perguntando se já estávamos bem estabelecidos, se eu tinha conseguido arrumar tudo, se eu tinha gostado da casa.

O medo de ser assaltado deixa as pessoas cada vez mais isoladas, trancafiadas em suas casas. Resultado inevitável do crescimento das cidades. No entanto fico me perguntando: precisamos também fechar nossos corações?

2 de fev. de 2011

Magda Frank


Magda Frank

Nunca fui muito de observar esculturas, mas na minha última visita o MON (Museu Oscar Niemeyer), fiquei encantada com o trabalho de Magda Frank.

A escultora húngara, nasceu em 20 de julho de 1914. Iniciou seus estudos na Faculdade de Belas Artes de Budapeste, mais tarde fugindo do nazismo passou um tempo na Suiça e depois se estabeleceu em Paris, sempre estudando com grandes mestres.

Em 1950 viaja para Buenos Ares para visitar seu único irmão sobrevivente, mas em 1995 retorna com o objetivo de fixar residência e construir o Magda Frank

House Museum, onde hoje está o Arquivo Magda Frank responsável por suas obras no bairro Saavedra.

A exposição do MON se chama “Homenagem” e apresenta 150 obras da artista em diversos materiais, como a madeira, o bronze, o

mármore e o concreto.

Em particular, gostei muito de “Angeles Osos”, da primeira foto acima, mas o seu "O Homem Grande" também é muito interessante e famoso.