29 de jun. de 2011

Birds on the wire



Assisti este vídeo e fiquei pensando, ....a poesia, o amor, a música, a capacidade, o dom, .... Deus está em todos os lugares!

Apreciem esta linda história!



Até mais,

19 de jun. de 2011

Casa Arrumada de Carlos Drummond

Minha amiga e prima Denise me mandou uma poesia linda de Carlos Drummond que eu quero muito compartilhar com vocês.




Casa arrumada é assim:

Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.

Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.

Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...

Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:

Aqui tem vida...

Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.

Sofá sem mancha?

Tapete sem fio puxado?

Mesa sem marca de copo?

Tá na cara que é casa sem festa.

E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.

Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.

Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto...

Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda. A que está sempre pronta pros amigos, filhos...

Netos, pros vizinhos...

E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brincaou namora a qualquer hora do dia.

Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.

Arrume a sua casa todos os dias...

Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...

E reconhecer nela o seu lugar.

Carlos Drummond de Andrade

Achei linda esta poesia e tive uma enorme identificação com ela! Concordo com os argumentos do poeta: meus livros estão sempre espalhados por todos os lados e às vezes acumulo tantos ao lado da cama que nem consigo ligar o abajur; meus bichos tem passe livre pelas portas e janelas e entram em todos os cômodos; as cadeiras tem marcas dos gatos e alguns tapetes foram mordidos nas pontinhas por algum dos cachorros, tem alpiste nas minhas blusas de lã e nas mochilas das crianças quando vão pra escola.A mesa tem marca de travessa quente, mas não fui eu que fiz, pois não me acho boa cozinheira, mas estou sempre pronta para arrumar tudo e receber a quem tenho estima.

Até mais,

PS: Na foto tela da Ane de 2007

14 de jun. de 2011

Festas Juninas





Sua origem vem da Europa antiga, para comemorar o início da colheita, que normalmente ocorria no solstício de verão ( dia mais curto com noite mais longa do ano). Durante as festas eram feitas oferendas a Juno, Deus da Fertilidade, com comidas e bebidas. Também faziam uma grande fogueira para espantar os maus espíritos. Com o fortalecimento do Catolicismo a festa foi se adaptando, homenageando então os santos católicos que nasceram no mesmo período da festa, São João, Santo Antônio e São Pedro.

Foram os portugueses que trouxeram a festa para o Brasil. Uma boa festa tem balões, fogueira, mastro, bandeirinhas, quadrilha e muita comida!

O que eu adoro nas festas juninas são as roupas (claro!), as bandeirinhas, o clima divertido, bom para encontrar os amigos e as risadas gostosas que surgem desses encontros! Ah sim, o quentão e a pipoca, com certeza!

Então desejo Boas festas e muitas brincadeiras!!!

7 de jun. de 2011

Ensaio sobre a cegueira


"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

José Saramago


Terminei de ler “ Ensaio sobre a cegueira” do escritor português José Saramago, que foi publicado em 1995. Amei. É daqueles livros que quando você está lendo fica pensando nele no decorrer do dia, enquanto escova os dentes, enquanto come, enquanto dirige. É um livro que te faz pensar, eu diria até te força a pensar.

O livro conta como vai se transformando a vida das pessoas que vão ficando cegas sem nenhum motivo, centrando em um grupo liderado por um oftalmologista e sua esposa que sem encontrar explicações, nunca ficou cega.

O que eu faria? O que me ajudaria? Quem? Como seria? Minha vida, meu mundo, os meus? Todos os acontecimentos do livro levam a avaliarmos a sociedade em que vivemos e seus valores. Tudo no livro obriga suas células a pensarem e isso amigos, isso é fantástico!

O próprio escritor chegou a declarer que sofreu ao escrever o livro, mas nos mostrou rigorosamente as reações do homem diante à impotência, ao desprezo, às necessidades e ao abandono. E ainda “a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”, no caso da esposa do oftalmologista.

Em 2008 virou filme e foi dirigido por Fernando Meirelles. Ao ver o filme, Saramago disse “que agora conhecia a cara de suas personagens.”


“Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para poder congratular-nos ou pedir perdão, alias , há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala.”Saramago

2 de jun. de 2011

Bandeira de Mello




Em um desses sábados frios do outono curitibano arrastei os meus aqui de casa para a Galeria da Caixa para conhecer o trabalho de Bandeira de Mello.

Nascido em 20/06/1929, o mineiro de Leopoldina é verbete nos principais dicionários e enciclopédias de artes plásticas brasileiros. Atuou como professor de desenho e pintura em importantes faculdades de artes e ainda trabalha em seu ateliê na Rua das Laranjeira no Rio de Janeiro.

É o responsável pelos painéis pintados no Ed. Sede da Caixa Econômica Federal no RJ. Suas figuras humanas são fortes, não apenas nas fisionomias, mas parecem revelar a alma, transbordando sentimentos e mistérios das telas e desenhos. Gosta sempre de mostrar “ a luta do individuo pela sobrevivência da espécie” como ele mesmo conta no documentário realizado pela SambaCine com direção de Julia Morena disponível no site do artista www.bandeiramello.art.br

Na exposição, que surgiu para homenagear os 80 anos do artista, estão os projetos dos afrescos que fez para uma capela da ordem de São Franscico na Itália.

Encontramos em seu trabalho a supremacia do desenho, como ensina Quirino Campofiorito: “a matéria de suas tintas tanto quanto a marca de seus corantes parecem subordinar-se as determinações do desenho, nos detalhes como na estrutura geral”.

A exposição, intitulada “Eu Existo Assim”, vai até 26 de junho, e a Galeria fica na Rua Conselheiro Laurindo, 280.

Valeu a pena, principalmente para conhecer Retrato de Mulher de 1955, o qual amei!( a primeira foto acima).